A cultura da conectividade e a produtividade

Quando falamos de produtividade não podemos deixar de mencionar a cultura da conectividade.

Mas o que seria isso?

Bom, nada mais que a exagerar a importância de estarmos conectadas, de sermos rápidas e achar com isso que estamos sendo produtivas, quando, na verdade, estamos sendo distraídas.

As pessoas esperam que estejamos em tempo real, disponíveis 24 horas por dia para responder a e-mails, mensagens do WhatsApp…

E ai de nós se visualizarmos e não respondermos na hora. A nossa demora pode causar um cataclismo.

O medo de estar desinformada

Mas há ainda o medo da “desinformação”

Por estarmos imersas nesse medo temos a tendência de achar que tudo é urgente.

Achamos que devemos verificar a caixa de entrada do e-mail frequentemente para não perder nenhuma mensagem importante.

Há o medo de ficar de fora das novidades caso não chequemos de hora em hora os grupos do trabalho e as redes sociais.

No entanto, tenha em mente uma coisa: o que é realmente urgente chegará até você.

O que não é urgente deve estar na sua agenda, no seu calendário ou no seu gerenciador de tarefas, previamente organizado e com data para ser realizado.

A cultura da conectividade e a ilusão de estar sendo produtiva

Será mesmo que estar constantemente conectadas nos ajuda de verdade a fazermos um trabalho melhor? No fundo, sabemos a resposta.

Um detox dessas ferramentas por um período pode nos trazer os seguintes benefícios:

• Mais clareza e criatividade para realizarmos um trabalho mais eficiente e de valor;
• Mais alegria e satisfação no nosso trabalho;
• E menos cansaço.

No momento que escrevia esse post meu celular estava longe de mim com Wi-fi e 4G desligados.

Sempre que vou fazer algo que exige muita concentração, como escrever posts, ler um livro eu deixo o celular longe.

A linha entre a distração e a concentração pode ser separada por um bipe e eu quero garantir que vou conseguir concluir o que estou fazendo sem interrupções.

Já tive o péssimo hábito de escrever enquanto checava mensagens, comentários nas redes sociais…

Isso porque eu ficava naquela expectativa de que se não respondesse à pessoa logo, ela me acharia pedante, chata ou coisa assim.

Mas, hoje não mais. Tenho horário para checar esse tipo de coisa. Demorou, mas graças a Deus me eduquei.

Não fragmente sua atenção, estabeleça filtros

Se não pusermos filtros e limites na hora de usar a Internet e todas as suas comodidades, acabaremos com a atenção fragmentada.

Com o nosso foco dividido em várias tarefas, querendo dar conta de tudo ao mesmo tempo, prejudicaremos o andamento, a qualidade do que está sendo feito e no pior das hipóteses, não concluiremos o trabalho.

O que é mais fácil pode se tornar mais complicado

Por que boa parte da comunicação de hoje é feita on-line? Porque é mais fácil.

É muito mais fácil obter uma reposta rápida enviando uma mensagem no Whatsapp do que dando um telefonema.

Mas também é muito mais difícil se manter organizado quando se faz isso apenas dessa forma. As mensagens ficam perdidas nos grupos.

É muito mais fácil ter aquela conversa difícil com sua amiga via mensagem instantânea do que falar cara a cara.

Mas também é muito mais fácil que as coisas não sejam totalmente resolvidas ou ainda que a situação piore, pois parece que nas redes sociais nós ficamos mais valentes.

Não estou demonizando as mensagens instantâneas, pois elas facilitam muito a vida.

Mas, elas também precisam de critérios e filtros se quisermos que sejam eficientes e não nos distraiam

Conectividade doentia: fuja

Eu tenho certeza que você conhece alguém que não faz nada sem o celular.

Eu conheço pessoas que não largam o celular nem para comer. Mastigam e checam mensagens.

Outras não conseguem passar cinco segundos sem estar ocupadas freneticamente checando alguma coisa.

Não satisfeitas envolvem-se em problemas sem necessidade e quando não há novidades nas redes vão atrás delas catando nos e-mails e seja lá mais o que for que lhes dê a sensação de estarem conectadas.

Conexão sem propósito pode causar dependência e adoecer nossos corpos e nossas mentes.

Em 2016 eu estava assim. Alguns dos comportamentos descritos acima eram meus.

Tão incomodada eu andava com essa conectividade excessiva que escrevi algo a respeito no meu blog pessoal: Mais conectados, menos conexão

Mas nada se comparava à minha obsessão por e-mails.

Eu checava várias vezes ao dia uma imensidão de caixas de entrada em contas diversas que eu nem sei mais quantas eram e vivia agoniada com medo de perder algo importante.

Hoje olho meus e-mails duas vezes: manhã e fim da tarde.

Se não pusermos limites ficaremos que nem um radar checando atualizações.

Isso, porque o nosso cérebro transforma essas coisinhas em hábito rapidinho e quando isso acontece fica mais difícil se libertar.

Leia também: Como mudar hábitos e por que é tão difícil?

Faça o seu detox digital

Uma vez por semana experimente ficar desconectada por algum período. Faça um detox digital .

Não entre em redes sociais e programe respostas automáticas para os e-mails.

Antes de ficar fora do ar, avise a quem mais importa que vai estar offline por algumas horas ou pelo dia todo.

Quem disse que você precisa estar disponível 24 horas por dia para todo mundo?

Não se sinta culpada, porque, como falei, as emergências darão um jeito de chegar até você.

Contudo, se achar que é muito para você permanecer um dia inteiro sem conexão, experimente pequenas pausas durante o dia.

Comece pequeno e vá ampliando o período.

Porém, se a natureza do seu trabalho não permitir tal feito, use o fim de semana para se afastar um pouco dessa conectividade excessiva.

Eu tenho certeza que você voltará mais renovada, mais criativa e mais leve.

Um dia lindo para você! Deus abençoe! Grande abraço!