Você com certeza já foi advertida na vida sobre dar valor a si mesma.
Minha mãe repetiu essa frase: “Saiba se valorizar” algumas vezes durante a minha infância, na adolescência e começo da fase adulta.
Tudo isso porque eu tinha dificuldade em fazer amizades e acabava fazendo papel de besta, doando mais de mim e recebendo pouco ou nada.
Uma pequena história para ilustrar
Eu era aquela que ensinava as matérias complicadas para a aluna mais popular da sala e achava que por isso ela ficaria minha amiga, porém no dia seguinte a “colega” fingia que eu não existia.
Quando eu narrava episódios como esse para minha mãe, ela vinha com a frase: “Saiba se valorizar”. E continuava: “da próxima vez que ela vier pedir ajuda, cobre pela aula ou diga não”
E minha mãe estava certa. Nessa época, aos 11 anos eu comecei a entender um pouco como o mundo funcionava.
Se eu não me valorizasse, não me impusesse ou não me respeitasse, eu sofreria de graça.
Os pais daquela menina podiam pagar um reforço para ela, ela não era minha amiga e ainda me tratava mal, mas sabia como tratar bem quando queria alguma coisa.
Para aprender a nos valorizarmos, precisamos conhecer quem somos, entender nossos limites, amar a nós mesmos e aprender a dizer não.
Vamos ver com calma cada um desses itens que acabei de citar.
1 – Conheça-se
Conhecer a si não é uma tarefa simples e instantânea.
Até chegarmos em um nível de autoconhecimento interessante precisaremos ou apanhar muito da vida, ou ter a perspicácia de aprender com os erros alheios.
Precisamos também investigar como funcionamos. Ver o que nos irrita, o que nos faz feliz, o que nos tira a paz, o que nos conduz a ela.
Quando sabemos quem somos, o que queremos e mais ainda o que não desejamos, tomamos decisões mais acertadas, que ferem menos tanto aos outros quanto a nós mesmos.
2 – Entenda seus limites
Como eu disse no ponto anterior, se nos conhecemos mais saberemos o que nos tira do sério, o que aflige nossa alma e o que nos faz sofrer.
Se temos consciência de até onde podemos ir, vamos frear as tentativas alheias de nos fazer mal, tanto as conscientes quando as inconscientes ou brecá-las.
Porque de antemão já iremos ver os vislumbres dos comportamentos abusivos, doentios, identificaremos os aproveitadores, os sugadores de alma, os interesseiros com motivos egoístas.
3 – Ame-se
Você feriria a si mesma de forma consciente? Você voltaria para aquilo que a destruiu?
Parece loucura afirmar isso, mas todos os dias pessoas escolhem a tortura porque não aprenderam a cultivar o amor-próprio.
Quantas mulheres aguentam relacionamentos abusivos? Quantas outras suportam violência física e emocional?
É fato que muitas não possuem escolha, mas podem escolher se amar, cuidar melhor de si mesmas dentro de suas possibilidades.
Muitos relacionamentos de amizade ou amorosos podem ser cortados pela raiz logo que identifiquemos sinais de abuso.
Abuso é tudo aquilo que domina você de forma exploratória, só retira, não acrescenta.
Quem aprendeu a se amar, rejeita qualquer tipo de abuso, pois onde há abuso, há falta de amor-próprio.
Relacionamentos, de qualquer natureza, precisam ser saudáveis.
4 – Saiba dizer não
Quando você se conhece, entende seus limites e se ama, está mais preparada para dizer não.
Dizer não a tudo que fere sua alma, que vai contra seus valores, que rouba sua paz, que faz com que você possa ser alvo ou agente da desonestidade.
Você sabe o que tem que fazer e o porquê e sabe também a razão de não aceitar qualquer coisa.
Você eleva os seus padrões, luta e espera pelo melhor.
Porque você aprendeu a se valorizar!
Meu recadinho para vocês hoje!
Deus abençoe!
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