O mundo moderno exige de nós alta produtividade. Mas será que é uma produtividade consciente?
Ou estamos nos tornando cada vez mais como máquina cumpridoras de tarefas?
Essa exigência toda por resultados acaba suscitando em nós fadiga, estresse podendo culminar em esgotamento.
Isso, porque não somos máquinas de tarefas, mas nossos encarregados querem que sejamos. Tudo é urgente, tudo é para ontem.
São poucas as pessoas que têm o privilégio de opinar sobre a natureza do próprio trabalho e buscar melhorias.
Logo, para se destacarem em uma função ou conseguir alcançar um resultado pessoal, seja uma graduação, uma pós ou um emprego público, cobram-se em demasia e produzem loucamente.
Contudo, os resultados não são diretamente proporcionais ao esforço.
Menos e melhor
De uns tempos para cá tenho focado em produzir melhor em vez de produzir mais.
Não quero ser alguém que apenas risca uma lista de tarefas, mas tirar bom proveito do meu trabalho.
A essa produtividade, com mais clareza e propósito, chamo de produtividade consciente.
Nesse modelo estou comprometida com o que faço, engajada e atenta e não apenas eliminando itens de uma lista.
A síndrome da perfeição
Em um passado não tão distante, já corri desesperadamente em busca da perfeição no quesito produtividade. Porém, não tive o sucesso desejado.
O que sabotava meu esforço era seguir à risca as dicas de produtividades de terceiros, sem muita reflexão.
Eu queria ser rápida, terminar logo o meu trabalho e alcançar o mais rápido possível meus objetivos.
Mas não conseguia progredir satisfatoriamente. Concluía algumas tarefas, mas não obtinha proveito com tudo aquilo. Era mecânico.
Cheguei a investir em cursos caros para ser produtiva, pois achava que com especialistas no assunto eu poderia, finalmente, destravar minha produtividade.
Realizar os cursos foi bom, aprendi muito. Porém, os resultados não mudaram minha vida da maneira que eu imaginava.
Mais uma vez, reproduzi o método de outra pessoa, apliquei suas técnicas sem reflexão a minha rotina. Os cursos, geralmente de um dia, tiveram conteúdos rasos e produziram resultados superficiais.
Eu precisava de mais: além de me conhecer, saber o porquê de estar fazendo tudo aquilo. Produzir para quê?
Apesar de ter uma agenda bonita, conseguir executar tarefas e mais tarefas, meus projetos pessoais não vingavam.
E sentia um senso de dever não cumprido, de não estar saindo do lugar. Dei-me conta que eu produzia por produzir. Meu foco era quantidade.
A produtividade consciente
Quando decidi desacelerar e ficar mais consciente em relação ao meu trabalho, muita coisa mudou.
Consegui revisar meus livros e escrever novas edições, algo que estava nos planos, mas não acontecia.
Lancei a versão nova de Detox no guarda-roupa e cuidei de todos os detalhes. Já que não sou herdeira e não tenho “pé de dinheiro”, nem tudo dá para terceirizar, na verdade, quase nada.
Como praticar a produtividade consciente?
Gosto muito do livro Os sete hábitos das pessoas altamente eficazes e nele, Stephen Covey nos dá uma diretriz. Comece com o fim em mente.
Para uma produtividade consciente, o primeiro passo é saber o que se deseja alcançar.
Qual a finalidade do nosso trabalho? Produzimos para quê.
Isso nos leva a abandonar o mau hábito de produzir por produzir.
A produtividade precisa gerar em nós um contentamento que vá além da tarefa realizada. Ela precisa produzir frutos, deixar-nos mais próximos do nosso objetivo até o conquistarmos.
O segundo passo é sempre revisar o nosso trabalho.
Para isso é necessário refletir sobre o que estamos a fazer, é assim que melhoramos nosso sistema, excluímos o que não funciona e produzimos melhor.
Além disso, é fundamental não se cobrar em demasia. A vida não é só trabalho e nós precisamos de saúde se quisermos desfrutar o que conquistamos através dele.
Analise um dia típico
Será que você deixa a sua agenda ditar as regras?
Que tal analisar um dia típico da sua semana e ver como equilibra o que precisa ser feito?Você já parou para analisar um dia típico da sua semana?
Já se perguntou o que realmente fez nele? Fez o que deveria ser feito no local de trabalho? Ou será que passou o dia reagindo às demandas dos outros?
Reservou tempo para descansar a mente?
Se o seu trabalho é remoto, conseguiu separar a sua vida do trabalho?
Há tempo livre na sua agenda para focar nos seus projetos pessoais? Se sim, consegue avançar nesses seus projetos? Ou será que eles se tornaram sonhos distantes?
Reservou um tempo para o autocuidado? Separou um espaço na agenda para cuidar da sua espiritualidade?
Precisamos distribuir nosso tempo com sabedoria
O tempo não é igual para todo mundo. Por mais que tenhamos 24 horas diárias, nem todo mundo dispõe delas da mesma forma.
Quem tem uma secretária para reger seus compromissos, por exemplo, compra tempo. Pode se dedicar com mais afinco aos seus projetos.
Mas nós, pessoas comuns, buscando alcançar nossos objetivos, precisamos de mais organização.
Apesar de não podermos contratar uma secretária, podemos contar com outros meios. Usar uma agenda ou aplicativo de organização.
Mas antes de usar esses recursos, precisamos definir o que realmente é importante.
Com os objetivos claros em mente, é preciso destinar o tempo adequado para pequenas tarefas que concorram para a realização deles.
Também é bom verifique o pode estar a nos roubar tempo.
Por exemplo, é comum nos distrairmos com o excesso de informações, redes sociais…
Mas também pode ser que você esteja realizando tarefas que suas são. Por isso, aprenda a dizer não e a delegar.
Também evite se comparar àqueles que parecem ter uma vida perfeita. Porque isso não existe.
Fazer mais coisas não é sinônimo de produtividade
Mais rápido! Diz o mundo! Olha só: mais risquinhos na minha lista infindável de tarefas, concluí tudo.
“Meu e-mail está limpo, olha! Nenhuma mensagem (será que isso é possível mesmo?)”
Esses são exemplos de como somos pressionadas a fazermos mais nessa sociedade cujo modo de operação beira à loucura.
Não é à toa que o número de pessoas com problemas de ansiedade, insônia, depressão e outros males tenha aumentado tanto. E isso afeta bem mais a nós mulheres.
Não suportamos essa rotina maluca sem adoecer.
Por isso, não podemos ficar presas em uma teia do faça mais e melhor ou do faça mais rápido e melhor.
Se tivermos a opção de desacelerar, diminuamos o ritmo, do contrário nosso corpo cobrará.
Precisamos de um roteiro saudável de produção
Um roteiro de produtividade saudável contempla a sua vida por inteiro.
Nesse roteiro, deve haver espaço para a família, se ela for importante para você e eu acredito que é para a maioria das pessoas.
Mas também deve existir espaço para você cuidar de si, fazer atividades físicas, tratar a pele, o cabelo, as unhas…
Outra coisa: deixe espaço para as atividades prazerosas, como dançar ao som de sua música preferida, por exemplo.
Para que precisamos de tempo?
Para que precisamos de tempo?
Geralmente, queremos mais tempo para fazer o que gostamos, estar com as pessoas que amamos, realizar coisas incríveis, viver um propósito…
Seja qual for a razão para a qual você queira mais tempo, uma coisa é certa, se você não gerenciar com sabedoria esse recurso, a sua vida se tornará um caos.
Pois se você não controlar o seu tempo, com certeza outros o farão por você.
Se esse sistema louco de produtividade dos dias atuais tem incomodado você, é um bom sinal!
Porque ele está equivocado e é insano.
Você não precisa estar ocupada o tempo todo para ser produtiva, você só precisa se concentrar no que é mais importante.
Precisa estar consciente sobre o que está a fazer, vendo quais são os benefícios reais de tais tarefas.
Reveja suas prioridades, trace objetivos, defina metas…
Mas não produza por produzir, faça isso de forma consciente!
E o que é produzir de forma consciente? É saber o que faz e por que faz. É fazer o que traz resultados ótimos para a sua vida.
Comece agora mesmo a produzir de forma mais focada e consciente.
Não seja uma mera cumpridoras de tarefas (suas e dos outros)!
Abraço grande!
Comente aqui