

A síndrome da perfeição se manifesta de tantas formas, com tantas faces e comportamentos…
É a pessoa que achar que dará conta de tudo, que poderá trabalhar sem pausas como se tivesse um corpo glorificado que não precisasse de descanso.
É o moço que usa seu título de doutor ou mestre para dizer que é mais inteligente e intimidar outros quando ninguém sequer perguntou se ele o tinha.
É o cristão que esforça para manter uma aparência de piedade e ser aceitável aos outros quando seu interior não sintoniza com nada daquilo.
É a mulher que não tem filhos e quer dá lição de moral a uma mãe que ainda não aprendeu como lidar com os seus…
E assim seguimos, querendo dar uma de Deus num mundo imperfeito com a desculpa de querer agradar a Deus, quando na verdade o que desejamos no íntimo é sermos aclamados pelas nossas supostas virtudes.
Não é virtude alardear virtude. Isso se chama tomar a glória para si e Deus não divide sua glória com ninguém.
Somos frágeis

Nós, criaturas, criados à imagem e semelhança de Deus temos em nós muitos de seus atributos. Gostamos de criar, por exemplo.
Mas jamais devemos esquecer que somos seres criados, finitos, frágeis e que dependemos da graça de Deus para continuar exercendo nossas missões nesse mundo.
Na nossa fragilidade e humanidade , precisamos aprender a conviver com o imperfeito que habita em nós.
Precisamos admitir a nossa fraqueza e imperfeição e aceitar que não somos melhores ou mesmo piores que ninguém.
Todos temos um potencial destrutivo dentro de nós e esse se manifesta mais ainda quando nos orgulhamos demais do que somos, quando deixamos a nossa prepotência gritar e humilhar os demais.
Deus não faz acepção de pessoas. Ele é perfeito. Porém , ele julga cada um de acordo com suas obras, isso é justiça.
Imperfeitos que buscam melhorar, mas não se tornarem perfeitos

Não é porque não somos imperfeitos que agora usaremos essa característica como desculpa para praticar o mal ou agir levianamente, é exatamente o inverso.
Imperfeitos como somos, devemos buscar ser versões melhores de nós mesmos a cada dia, mas sem acharmos que os upgrades constantes farão de nós uma espécie de divindade.
Devemos buscar a imagem do perfeito, não a perfeição. Sermos pessoas melhores, não nos acharmos melhores que os outros.
Devemos entender que nossas ações possuem consequências, portanto escolher bem o que fazemos e como fazemos pode nos conduzir a uma vida mais vitoriosa e abençoada.
A síndrome da perfeição

Todas as vezes que síndrome da perfeição bater à sua porta, olhe -se no espelho.
A graça e a misericórdia de Deus são o que nos mantém em pé nesse mundo.
É Ele quem nos dá vida, é Ele que reparte da sua sabedoria e permite que descubramos coisas, que criemos, que brilhemos. Por isso a glória volta para Ele. O que seria de nós sem o fôlego de vida que Ele nos dá?
Sem Ele nada somos e tudo o que sabemos pode ser inútil diante dos desafios da vida se Ele não nos capacitar com as ferramentas necessárias para enfrentá-los e vencê-los.
Não deixe a síndrome da perfeição faça com você se iluda com vocês mesmo a ponto de quase adorar-se. Não seja um Narciso.
Como diz a canção de Caetano Veloso, não sejam um Narciso que condena à fealdade tudo o que não espelho, que julga antes de conhecer, que sentencia por conta da imperfeição quando ele mesmo não passa de um imperfeito.
"[...]Quando eu te encarei Frente a frente Não vi o meu rosto Chamei de mau gosto o que vi de mau gosto o mau gosto É que Narciso acha feio o que não é espelho E a mente apavora o que ainda Não é mesmo velho Nada do que não era antes quando não somos mutantes[...]" (Caetano Veloso - Sampa)
Palavra do dia: Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o tempo está próximo. Apocalipse 1:3
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