Menos coisas, mais espaço, mais tempo

Nunca fui uma pessoa minimalista, pelo contrário, eu era bastante acumuladora.

Já cheguei a comprar seis pares de sapatos de uma vez sem saber como iria pagá-los, porque não pude resistir à promoção.

Porém, à medida que os anos foram passando, graças a Deus, fui acordando dessa visão pequena de acumular coisas.

Eu tinha muito, estava sempre endividada e aquilo tudo não me trazia felicidade.

Vou confessar, não foi nada fácil. Tive várias recaídas e muitos prejuízos.

Mas conseguir chegar no que chamo ponto ideal e espero continuar mantendo isso, pois essa realidade tem me feito muito bem.

O sucesso e as posses

Nós crescemos achando que o sucesso está ligado ao acúmulo e que quanto mais coisas tivermos mais o mundo verá que vencemos.

Essa lógica nos leva a comprar para ostentar, para provar algo tanto para nós mesmos quanto para outras pessoas.

Entretanto, essa mesma lógica nos conduz ao consumo desenfreado, a um vida de aparências e às compras sem controle.

As consequências vão além da saúde financeira, pois isso afeta nosso bem-estar psicológico, nossa atenção e saúde mental.

Em busca do essencial

Eu comecei meu processo de redução pela parte mais sensível do meu consumo: os itens de vestuário.

Após reduzir o número de roupas, calçados e bolsas, estendi essa visão aos espaços de casa também.

Porque vi o quanto menos coisas entulhando o ambiente era melhor. Eu tinha mais tempo livre.

Eu não precisava mais gastar o final de semana todo tentando colocar minhas roupas em ordem.

A felicidade e a publicidade

Todos nós queremos conforto, sucesso, bem-estar e felicidade.

E o mercado aproveita isso para nos fazer acreditar que comprar é a solução.

Somos bombardeados por propagandas de produtos em todo lugar.

Inclusive aqui no meu blog você verá algumas (é necessário porque um blog gera alguns custos).

E não posso dizer que é responsabilidade só sua escolher comprar ou não.

Porque essas propagandas são feitas com muito cuidado para nos induzir à compra.

Logo, precisamos de muitos filtros para não sucumbir às tentações de comprar o que não precisamos.

Por mais que o consumo seja necessário, o consumismo não é.

Por isso, planejar nossas compras é fundamental para resistirmos às armadilhas das vitrines.

Mas também é preciso repetir para nosso lado racional que o que temos já nos basta.

Menos pode ser mais

Como mencionei, comecei a reduzir meus itens pelo meu calcanhar de Aquiles: o guarda-roupa.

Para tal, comecei fazendo um detox, removendo os itens que eu não usava e organizando melhor o que queria manter.

Depois, tratei de planejar o que vestir. Nada de deixar a esmo as escolhas da semana.

Escolhi trabalhar com o método armário cápsula para me ajudar a dar a devida rotatividade ao meu armário.

Mais foi complicado. Eu queria ficar trocando as peças da cápsula, achava que não conseguiria ir até o final com o desafio.

Depois de muitas, mas muitas tentativas mesmo, consegui (com algumas falhas) terminar o desafio e adaptei o método à minha realidade.

Além de deixar tudo mais organizado, e usar melhor minhas roupas, o método me deu a oportunidade de expressar meu estilo com muito mais propósito.

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A mudança é de dentro para fora.

A mudança começa na sua mente.

Quase sempre é uma decisão que parte de alguma inquietação.

No meu caso, eu tinhas roupas demais, continuava a comprar e não usava tudo o que possuía.

Por isso é muito importante conhecer suas motivações, seus gostos e estabelecer objetivos.

Não adianta querer diminuir por diminuir ou reduzir porque o minimalismo, aparentemente, está na moda.

Você precisa ter um propósito claro para continuar progredindo.

Precisa ser de verdade!

Por onde começar?

Se você acredita que precisa reduzir, mas ainda não sabe por onde começar, que tal fazê-lo pelo guarda-roupa?

Geralmente, para nós mulheres, essa é a parte mais sensível.

E a casa?

Desentulhar a casa é outro processo longo, leva tempo e deve ser feito com prudência.

Aqui em casa, coloquei como objetivo primeiro me livrar de papéis inúteis, embalagens e outras quinquilharias que só ocupavam espaço.

Retirei muitas sacolas no início. Agora, policio-me para não trazer mais lixo para casa.

Outra coisa a fazer foi customizar a casa para nossas necessidades em primeiro lugar.

Como não recebemos muitas visitas, não havia sentido ter uma coleção de pratos e talheres e um monte de xícaras, por exemplo.

Na cozinha, livrei-me de uma infinidade de vasilhas de plásticos quebradas, sem tampa e xícaras sem alça.

Só isso já economizou um espaço enorme.

Use a cabeça

Não dá para confiar só em sentimentos quando o assunto é organização, temos que usar a cabeça também.

Isso vale tanto para descartar o que não mais usamos quanto para trazer novos itens para dentro de nossas casas.

Aquela panela elétrica de design lindo que foi amor à primeira vista?

Então, pense três vezes antes de investir e veja se realmente terá utilidade na sua casa.

Importante: a redução de itens deve proporcionar conforto e não aflição. Não jogue fora o que você precisa.

Dicas para manter apenas o essencial dentro da sua casa

Pense duas vezes antes de comprar. Faça a si mesma algumas perguntas:

• Estou precisando disso na minha casa?
• Como vou usar esse item?
• Precisarei comprar outra coisa para que este objeto funcione ou fique harmonizado com o ambiente?
• Posso pagar por isso?
• Possuo algo em casa que faz o mesmo papel?
• Há espaço na minha casa para esse item?

Depois de responder a essas perguntas com certeza você trará menos coisas para sua casa.

Evite as inutilidades em formato de brinde

Confraternizações do trabalho sempre dão de brinde coisa inútil na maioria das vezes.

Se não for usar, não traga. Entregue para quem realmente precisa.

Não traga papel da rua para casa.

Analise os itens com calma

Um cuidado para termos ter na hora de fazer a limpeza é analisar direitinho os itens.

Às vezes, queremos jogar fora algumas coisas por uma simples questão de estética.

E então comprarmos um similar mais moderninho.

Mas, se está funcionando bem para que fazê-lo, não é mesmo?

Se o senso estético for muito grande, tente vender o item antigo antes de comprar o novo ou cogite uma reforma.

Ao manter um item aparentemente ultrapassado, mas que funciona muito melhor que alguns mais modernos, você faz economia.

Menos coisas em casa, mais espaço, mais tempo

Quando há menos coisas em casa, sobra mais espaço, mais tempo e consequentemente mais dinheiro economizado.

Assim, você pode investir em experiências como aquela viagem dos sonhos.

Ou desfrutar de uma tarde agradável vendo seu filme favorito com direito à pipoca e chocolate quente (umas das minhas combinações preferidas).

Mas também sobra mais dinheiro para a aquisição de coisas realmente essenciais, as quais farão muita diferença no seu dia a dia.

Um desejo

Espero que esse post lhe dê aquele start para uma vida mais prática e simples, com menos estresse.

Isso passa por ter menos coisas também.

Mas lembre, simplicidade não é sinônimo de pobreza. É manter as coisas descomplicadas, práticas, melhorando a sua vida.

Que tal experimentar? Comece lendo Moda Minimalista. E se precisar de um Detox, confira o meu livro sobre o assunto.

Esse post foi originalmente publicado em 2019, por isso a seguir você verá alguns comentários antigos.