LEITURA: O FATOR MELQUISEDEQUE
Sempre me perguntei como os povos antigos se relacionavam com Deus. Também me questionava acerca daquelas tribos de costumes estranhos mas que de alguma forma criam que havia um ser superior, a quem deveriam cultuar.
O livro “O fator Melquisedeque” veio esclarecer diversos pontos. Escrito de uma forma brilhante pelo autor e missionário canadense Don Richardson, esse livro traz uma série de histórias verídicas que mostram semelhanças com os textos bíblicos no que diz repeito aos rituais de adoração do povo, de seus costumes religiosos e de sua busca a Deus.
Como ler esse livro
Não vou dizer que é uma leitura fácil, mas é muito prazerosa. O Fator Melquisedeque é um daqueles livros que você ao começar a ler não quer parar, mas à medida que você vai avançando na leitura, por vezes sente a necessidade de voltar alguma páginas, pois é um livro rico em detalhes.
Minha sugestão é que você faça um fichamento simples a cada capítulo lido, dessa forma pode acionar as partes mais relevantes de cada capítulo e seguir a sua leitura com entendimento.
Um trechinho de O fator Melquisedeque
OS DYAKS DE BORNÉUOs anciãos dyaks ficam agrupados observando os artesãos darem os últimos retoques a um barco em miniatura. Os peritos entregam o barco aos anciãos que o levam cuidadosamente até à margem do rio, perto da aldeia em que moram, chamada Anik.
Enquanto toda n população de Anik fica olhando, um dos anciãos escolhe duas galinhas do bando da aldeia. Depois de verificar se ambas são sadias, ele mata uma delas e asperge o seu sangue ao longo da margem.
A outra galinha é amarrada viva a uma das extremidades do pequeno barco. Alguém traz uma pequena lanterna e a prende do outro lado do barco, acendendo-a.
Neste ponto, cada residente da aldeia aproxima-se do barquinho e coloca mais alguma coisa, algo invisível, entre a lanterna acesa e a galinha viva.
Pergunte a um dyak o que ele colocou entre a lanterna e a galinha e ele responderá: “ Dosakul” (meu pecado). Quando todos os habitantes de Anik tiverem colocado o seu dosa sobre o pequeno barco, os anciãos da aldeia o levantam cuidadosamente do solo e entram no rio com ele, soltando-o na correnteza.
À medida que é levado por esta, os dyaks que observam da margem ficam tensos. Os anciãos que permaneceram no rio, com água até o peito, prendem a respiração.
Se o barquinho voltar para a margem, ou bater em algum obstáculo oculto, à vista da aldeia, o povo de Anik viverá sob uma nuvem de ansiedade até que a cerimônia possa ser repetida no ano seguinte!
Mas se o barquinho desaparecer numa curva do rio, todo o grupo levanta os braços para o céu e grita: “Selamat! Selamat! Selamat!’’ ( Estamos salvos! Estamos salvos!)1 Mas só até o próximo ano.
Os judeus tinham os seus bodes emissários; os dyaks, os seus barcos emissários. Qual deles podia realmente remover os pecados? Resposta: nem um nem outro!
O apóstolo que escreveu a Epístola aos Hebreus, disse: “ Nesses sacrifícios faz-se (os judeus) recordação de pecados todos os anos, porque é impossível que sangue de touros e bodes remova pecados… Temos sido santificados mediante a oferta do corpo de Jesus Cristo, uma vez por todas” (Hb 10.3-10).
Se até mesmo os sacrifícios judeus, ordenados por Deus, serviam somente como sombra de algo que ainda estava para vir, não é necessário dizer que o barco emissário dos dyaks também não poderia remover verdadeiramente os pecados.
Então, será que ele não tem qualquer significado? Tem sim! O barco emissário dos dyaks incorpora vários conceitos válidos. O homem precisa ter seus pecados removidos! A remoção do pecado não exige apenas a morte, mas também a presença viva de algo puro!
A iluminação da verdade (simbolizada pela lanterna acesa) é um pré-requisito necessário para essa remoção! Quem poderia ter sonhado que os dyaks, antes temidos como caçadores de cabeças, iriam se mostrar já pré-sintonizados com conceitos neste comprimento de onda fortemente para-bíblico? Cuidado, porém: os budistas no Camboja também enviam barquinhos correnteza abaixo pelo rio Mekong, em certas épocas do ano.
Dezenas dessas pequenas embarcações levando lanternas, têm sido vistas brilhando nas águas do Mekong à noite. Os barcos cambojanos têm como propósito levar embora os espíritos dos mortos ou transportar ofertas de alimento aos mortos, nada tendo a ver com a remoção de pecados.
É necessário estudar o objetivo por trás de qualquer costume estabelecido, antes de tirar conclusões sobre a sua ligação potencial com conceitos bíblicos.
Os barcos cambojanos desse tipo podem, originalmente, ter tido um propósito semelhante ao dos “ barcos emissários” de Bornéu.
Os adoradores predecessores, com o passar dos séculos, cedendo ao Fator Sodoma, talvez tenham mudado o costume original de forma tão drástica que ele não representa mais uma ligação com a verdade bíblica.
As boas-novas de que Cristo tornou-se o Portador do pecado da humanidade são um dos principais componentes do evangelho, mas não representam todo ele.
O mesmo Cristo que remove o nosso pecado também implanta um novo espírito em nós, para que não voltemos a repetir infindavelmente as mesmas ofensas.
Jesus disse que todos os que recebem este dom de um novo espirito “ nasceram de novo” (Jo 3.3). O verdadeiro significado do “ novo nascimento” é difícil de ser compreendido pela maioria das pessoas.
O primeiro indivíduo com quem Jesus falou sobre o novo nascimento foi um judeu conhecedor de teologia, chamado Nicodemos – um membro do conselho judeu 94 – O Fator Melquisedeque dominante.
Se havia alguém em Jerusalém capaz de entender o que )« h u s queria dizer com “ novo nascimento” , essa pessoa era Nicoilmnos. Todavia… No momento em que Jesus afirmou “ Se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus”, Nicodemos respondeu com a ••guinte objeção literal, ingênua e quase infantil: “ Como pode um lioinem nascer, sendo velho?…
Pode, porventura, voltar ao ventre materno e nascer segunda vez?’’ (vv. 3,4). Se um conhecedor de religião como Nicodemos teve tanta dificuldade em compreender o significado do novo nascimento, segundo n Indicação de Jesus, “gentios incultos” em todo globo terão muito maior dificuldade para entendê-lo, não é? Esta não é uma insinuação do que, na verdade, os ensinos de Jesus podem ser complexos demais para quase todos? De modo algum!
Capa do livro
A capa mais recente do livro que encontrei foi essa. O que tinha na biblioteca da minha igreja era um edição bem velhinha, já com algumas nuances de mofo. Encontrei uma versão em PDF nesse Blog: Sala de Aula (LINK AQUI). É a versão que estou lendo agora. Pus no tablet e está bem mais prático, sem mofo e sem espirros. Para quem quiser comprar, custa R$40,00 em média.
Concluindo
Esse livro é indicado tanto para você que quer aprofundar os seus conhecimentos sobre as práticas religiosas de outros povos, quanto para você que quer compreender como Deus se revelou aos povos de outras eras. Eu estou amando a leitura.
Um dia abençoado para você!!
Palavra do dia: Tudo o que o Senhor quis, fez, nos céus e na terra, nos mares e em todos os abismos.Salmos 135:6
Jaison diz
Muito bom o seu artigo gostei bastante da forma como vc escreve.
Daniele Leite diz
Obrigada Jailson ! Fico feliz e agradecida a Deus por isso. 🙂
john diz
show de bola que Deus continue te iluminando
Daniele Leite diz
Amém! Obrigada! 🙂
Curso de teologia a distancia diz
Muito bacana!