![Peças de um quebra cabeça montadas aleaoriamente.](https://danieleleite.com/wp-content/uploads/2024/05/autismo-e-literalidade.webp)
Uma dos comportamentos que se repetem muito entre os autistas é a tendência de interpretar tudo de maneira literal.
Expressões comuns para maioria das pessoas podem ser bem desafiadoras para um autista, especialmente se ele as escuta pela primeira vez.
O autista e a literalidade
Veja um exemplo:
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Eu já passei por algumas situações engraçadas e outras nem tão divertidas por causa disso.
Certa vez, no meu trabalho, uma pessoa disse que eu tinha as costas largas. Ao que respondi: “verdade, tenho 100 cm de costas.”
Então a pessoa explicou que não estava falando das minhas costas.
Fui pesquisar a expressão no Google depois e encontrei o seguinte significado: [Figurado] Capacidade para assumir uma responsabilidade ou culpas de outrem (ex.: ter as costas largas; fica tudo nas costas largas do novo governo).
Mas a pessoa que assim se referiu a mim, quis dizer que eu tinha proteção.
Porém, vi no dicionário online que a expressão era “costas quentes.” Então deu um bug.
Enfim, compreendi o que ela quis dizer, não tenho deficiência cognitiva nem retardo mental, mas é exatamente isso que as pessoas buscam encontrar quando descobrem que uma pessoa “aparentemente normal” é autista.
As pessoas buscam um sinal de alguma coisa que a diminua.
O autismo não é uma doença
O autismo não é uma doença, é um transtorno.
Outra coisa, não é porque fulano ou sicrano é autista que será uma boa pessoa.
Mas todos os autistas processam o mundo de maneira diferente.
Enquanto continuar o preconceito e a desinformação, veremos cada vez mais autistas invalidados, sofrendo, praticando masking para tentar se adaptar a mundo repleto de estímulos de palavras e expressões figuradas, de falta de empatia e compreensão.
Nem todo autista é igual, mas todo autista, dentro das suas peculiaridades, precisa de respeito.
Ele tem o direito de trabalhar, constituir família, tentar viver uma vida o mais normal possível, mesmo sendo diferente.
Onde falta informação, sobra preconceito.
Quando a deficiência não está na face ou no corpo, extravasam-se os julgamentos injustos, intensificando o sofrimento de quem apenas quer viver da melhor maneira possível em um mundo que privilegia maiorias.
Respeitem os autistas. Respeitem a todos com suas diferenças.
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